quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

HAITI

Haiti...

Sobre a tragédia, muito já está se falando, nos quatro cantos do Brasil. Assisti ao jornal de cinco emissoras ontem e estou a par de cada detalhe, embora não tenha conseguido saber ao certo se Zilda Arns tinha 73 ou 75 anos.

E é sobre ela que eu quero escrever. Tanto se falou nela de ontem para hoje que tenho ouvido muita gente perguntar:

- Quem foi essa mulher? –

Alguém arriscou o palpite de que seria alguém importante da política, já que até o presidente Lula se manifestou a seu respeito...

Santa ignorância, da qual somos nós próprios culpados. Afinal que audiência se consegue falando-se na TV sobre obras sociais? Muito pouca. Mas as ocorrências policiais, os abusos dos políticos, as grandes tragédias humanas que ficam sendo repetidas inúmeras vezes, estas sim, dão uma audiência danada. Isso sem falar dos BBB e afins. Pergunte a qualquer um o nome das novas estrelas temporárias do Big Brother ou daquela artista famosa que se envolveu num escândalo de violência e drogas. Ou o nome do pai carrasco de Michael Jackson. Todo mundo sabe, com certeza...

Mas... e Zilda Arns, quem foi?

A lista de benefícios que esta mulher trouxe para a humanidade mereceria que ela aparecesse na TV pelo menos duas vezes ao dia e que qualquer criança de cinco anos soubesse quem ela é. Mas a mídia não se interessa muito por isso. Se você quiser saber sobre ela, aproveite os próximos dias, quando sua imagem estará pipocando em todos os canais de notícias, não por seus feitos como a benfeitora médica sanitarista, mas como a vítima brasileira mais ilustre da grande tragédia que vai ser explorada até a última lágrima do telespectador.

Depois, talvez, alguém ganhe dinheiro contando sua história numa minissérie. Aí sim, a população saberá seu nome.

Independente disso, acredito que ela continue seu trabalho de espírito superior.

Com certeza Deus, em sua infinita bondade, levou a Dra Zilda junto aos sofridos habitantes do Haiti que se foram neste terremoto, para que ela continuasse cuidando deles do outro lado da vida.