quinta-feira, 12 de julho de 2018

Segunda Alegoria da Caverna

Os garotos bloqueados na caverna
Foto: El Pais (GETTY)

Na última semana a Humanidade assistiu a uma nova “Alegoria da Caverna”.
A primeira, descrita por Platão em seu livro República, trata de nossa relação com o mundo exterior e suas influências sobre nós.
Já esta segunda, a nós apresentada pelos meninos tailandeses, diz respeito ao nosso mundo interior e nosso controle sobre ele. Ensina-nos quatro lições.
Primeira: Serenidade
Quando as primeiras imagens do pequeno grupo, isolado muitos metros abaixo da superfície, nos chegaram pela TV, o que mais impressionou foi a serenidade de seus rostos infantis. Há nove dias presos, sem alimento e sem perspectiva, eles apresentavam o semblante de quem acabara de ir brincar no quintal de casa... Nenhuma angústia, nenhum medo. Nem mesmo o alívio por terem sido encontrados era exagerado. Nada de gritos e choro. Apenas alegria e gratidão misturadas placidamente naquelas expressões faciais... Sua cultura milenarmente voltada para o autoconhecimento e a imprescindível orientação de um professor que já foi um monge budista tornaram os dias no cativeiro natural muito mais fáceis de suportar.
Segunda: Positividade
Os pequenos jogadores de futebol escreveram cartas a suas famílias e nelas não havia palavras de sofrimentos e dor, apelos e lamentações. Havia positividade. “Mamãe, papai, estou bem, não se preocupem, posso cuidar de mim.”  Ou “Diga a vovó que quero comer torresmo com molho picante quando sair...” ou  “ Não se esqueçam de organizar minha festa de aniversário” . Não só o grupo, mas todos os envolvidos e por extensão, o mundo todo, apresentou uma atitude positiva em face dos acontecimentos. Não houve pensamentos de raiva, revanchismo, estrelismo. Ninguém acusando o técnico por ter levado os meninos em passeio perigoso, ninguém questionando autoridades por não haver um aviso de perigo a entrada da caverna. Ninguém em desespero, questionando o destino ... O mundo todo se uniu em orações, torcida, desejos de que o salvamento fosse um sucesso. Em nenhum momento houve pensamentos pessimistas. O mundo, unido na certeza do final feliz!
Terceira: Cooperação
Profissionais de diversas partes do planeta foram para a Tailândia com um só objetivo: oferecer seus conhecimentos e sua experiência para a resolução satisfatória do problema. Não havia desejo de gloria, de promoção pessoal. Apenas unir esforços e competências para um mesmo objetivo: salvar aquelas 13 vidas.
Quarta: Gratidão
Havia gratidão nos olhos dos pequenos Javalis Selvagens ao serem encontrados pelos mergulhadores ingleses. Gratidão também nas palavras de cada tailandês, por toda a ajuda recebida e a torcida por seus meninos. Gratidão ao professor que se doou para seus alunos, jejuando para que eles pudessem se alimentar. E, por fim, a gratidão de todo o planeta que, ao ter notícia do último indivíduo resgatado, emocionados, cada um agradeceu aos céus, ao universo ou a seu Deus, conforme sua crença.

A ciência tem comprovado o poder do pensamento. Serenidade, positividade, cooperação e gratidão. Somos feitos de energia e quando conseguimos mantê-la positiva e em harmonia com a energia de nossos semelhantes, podemos mover montanhas...
Esse jovem grupo de seres humanos foi instrumento do Universo para mostrar a todos nós a nossa força. Não percamos isso. Mantenhamos nossas energias positivas no bem, no amor, na fé e na paz. E teremos o poder de transformar o mundo!
                                                                                                              Luciane Madrid Cesar






domingo, 11 de fevereiro de 2018

De outros carnavais...




Pierrot e Colombina
               Raul Cesar

Pisei confetes, serpentina,
brinquei de amor com Colombina.
Nos carnavais do meu passado
Fui um Pierrot apaixonado

Mas veio o carnaval da vida
e, de vencida, levou você.
E o tempo que ficou marcando
deixou sangrando o meu viver.

Agora os carnavais
pra mim não servem mais.
Não quero mais brincar de amor
Há muitas colombinas
Confetes, serpentinas
Mas nunca mais serei Pierrot

(Marcha Rancho de autoria de Raul Cesar escrita em 1973)

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Fim de tarde

O menino e seu cão
Casais de mãos dadas
Famílias
Ciclistas voltam do trabalho,
se exercitam.
passeiam.
Mais a frente:
o frescobol,
a pelada, o volei...
Caminhadas á beira-mar para catar conchinhas,,,
Guarda-sóis que se recolhem,
cadeiras que ainda sustentam banhistas e suas conversas
As derradeiras cervejas, o último picolé.
Um pai brincando com sua filha que corre às gargalhadas.
Um poeta
e mais uma
poesia do fim de tarde...


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

O Catador

Empurrando um carrinho de lixo reciclável,
ele passa falando difícil.
Um louco delirante, diriam...

Qual será sua história?

Brada impropérios, grita
Parece estar em euforia etílica.

Um cão o segue, fielmente,
como só cães sabem fazer.
O animal enxerga no homem
muito mais do que nós, seus semelhantes...

Passa por mim e mal me percebe,
divagando filosoficamente,
já em voz aceitável.
Murmura auto-analises, fala em reconhecermos os próprios erros.
Sabe muito mais do que eu,
aqui , à toa, a escrever sobre ele!

Sabores da vida

Aos 13 anos, ela ganhou de sua avó um caderno de receitas, desses que a gente vai anotando o passo-a-passo das comidas preferidas. O caderno tinha quatro repartições com os títulos:
-Salgados,
-Doces,
-Bebidas
E uma última, misteriosa, intitulada: - Sabores da vida .
Nos primeiros dias anotou suas receitas de doces e salgados: bolo de chocolate, panquecas, macarrão alho-e-óleo... e as bebidinhas que mais gostava: suco de laranja e cenoura, capuccino, milkshake de chocolate. Como não sabia o que escrever na última parte, nem a abriu. Passada a novidade, o caderno ficou esquecido em uma gaveta da cômoda.
Com 20 anos, foi morar sozinha. Ao arrumar as coisas para a mudança, encontrou o tal caderno. Olhou-o saudosa e o juntou a bagagem, pressentindo que lhe seria util agora, já que faria sua própria comida. Antes de guardá - lo , folheou-o e abriu também a última parte. Surpresa, notou que havia alguma coisa escrita nela. Não se recordava de ter escrito nada ali. Mas agora havia uma lista de 8 itens:
- O calor das mãos de meu pai a segurar a minha,
- O gosto da chuva quando se dá gargalhadas olhando para cima,
- O bolinho de arroz da mamãe,
- Minha cama, depois de um dia de muita agitação,
- As risadas com minhas amigas,
- Correr descalça pela grama,
- Fazer bolhas de sabão,
- Roupa nova e desejada.
Que verdades eram aquelas! Mas apesar da letra se parecer com a sua, definitivamente, não foi escrito por ela. Parecia que se haviam escrito sozinhas... que loucura!
Mas era isso mesmo, como constatou depois. Algumas coisas apareciam escritas e refletiam exatamente as pequenas coisas boas da vida. A magia durou ainda mais um ano aumentando o número de itens para 15. Depois parou. Cabia a ela, então, descobrir e anotar as pequenas alegrias dali em diante, ao que parecia .
E assim o fez. Além das receitas, escrevia vez ou outra, um sabor da vida.
Esse caderno a acompanhou por muitos anos.
Ajudou-a a dar valor às pequenas coisas. A saber o quanto a vida é cheia de sabores, apesar dos dissabores.
Ajudou-a a ver os pequenos detalhes que fazem tudo valer a pena.
Sempre que alguém se sentia infeliz, mostrava-lhe seu caderno de receitas.

Não que haja uma receita de felicidade. 
Mas importante é não perder o paladar para apreciar todas as delícias que a vida tem.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Lírica ao luar




Suavemente a noite se insinua,
após o escarlate do crepúsculo
que ao céu de fim de tarde incendeia.
O azul profundo chega calmo e lento,
trazendo ao entardecer um lusco-fusco,
e a escuridão no seguinte momento.

Cobrem o firmamento ínfimas luzes:
São Três Marias, Centauro, o Cruzeiro
desenhando arabescos confundíveis.
A lua, imponente e vaidosa,
surge envolta em tênue nevoeiro
que lhe oculta, em parte, a beleza.

Passeia, no negro manto iluminado,
clareando o rumo do notívago,
inspirando amor ao namorado.
Seguindo seu trajeto pelo céu,
distante sempre de qualquer afago,
descrita em versos neste meu papel.

O Plano

          

É chegado o momento. Dentro de duas horas ele entrará em ação. Pensar nisso faz suas pernas tremerem e acelera-lhe o coração. Não pode recuar agora. Tudo está combinado e há muita gente envolvida.

A ideia surgiu no mês passado. Veio-lhe de repente, como uma inspiração, num momento em que tudo parecia estar perdido. Sua vida havia tomado um rumo completamente inesperado e, para onde quer que se voltasse, seu mundo parecia desmoronar. Foi quando teve a grande idéia. A princípio, pareceu-lhe absurda e louca: onde encontraria quem o ajudasse? Afinal não poderia executar seus planos sozinho. E o material necessário, como conseguiria?

Aos poucos a idéia foi tomando forma e as respostas foram surgindo. Primeiro deveria escolher seus comparsas nesta aventura. Telefonou para alguns amigos de confiança, marcando um encontro no bar do Zecão no dia seguinte, às sete da noite. Disse-lhes que precisavam discutir um assunto de vital importância. 

Eram amigos dos tempos de escola. Aprontaram muito juntos. Na verdade, eram os seus amigos que aprontavam. Ele nunca fora muito de farra. Apenas acompanhava a turma. Na adolescência tiveram um conjunto – “The Friends”. Nome americano estava na moda. Cantavam todo tipo de música nas festinhas e formaturas. Ele era o vocalista. Quem diria! Ele se apresentando em público! Na adolescência a coragem é bem maior que o juízo... Encontravam-se, agora, de vez em quando, para uma cerveja ou para jogar uma “pelada”.

Todos estranharam a formalidade do convite, ainda mais vindo de Hamilton, um cara tão reservado. Ele era sempre o convidado. Não costumava tomar iniciativa de programar noitadas ou mesmo o futebol. Era boa praça, estava sempre presente, um bom amigo. Mas bonachão – vivia sua vidinha pacata, de casa ao trabalho, de lá para uma cervejinha e de volta para casa. Aos sábados, o futebol. Não mudou sua rotina nem mesmo quando sua mulher, Eulália, o deixara, há dois meses, indo morar com os pais. Estava bem mais triste, é verdade. No bar, costumava sempre desabafar com algum deles e, ocasionalmente, bebia demais tendo que ser levado para casa. 

Assim, o grupo estranhou a convocação solene do amigo. Compareceram todos os cinco: Julio, Gaspar, Dodô, Índio e Magela. Hamilton chegou com um ar misterioso e um pouco assustado. Sugeriu que se mudassem para uma mesa mais afastada, no canto do bar. Sentou-se, pediu um chopp e ficou em silêncio por alguns instantes. Estavam todos curiosos, mas aguardaram. O homem deu um suspiro e começou a dizer porque estavam ali. Os cinco amigos ouviam, descrentes a princípio. Mas Hamilton defendia sua tese com tamanho entusiasmo, que acabou por convencer os demais. Nunca haviam feito isso e sentiram-se intimidados pela inexperiência. Logo de cara todos concordaram que era preciso planejar e ensaiar.

Ficaram ali no bar, discutindo, por três horas, ao fim das quais tinham um plano bem elaborado. Índio e Magela cuidariam do material necessário. Hamilton conhecia os horários da família, mas Gaspar iria confirmar se continuavam os mesmos, para que pudessem decidir a que horas agiriam. Julio e Dodô se preocupariam com o veículo a ser utilizado. Combinaram não tocar neste assunto em nenhum outro momento, a não ser na próxima reunião, que marcaram para a sexta-feira seguinte na casa de Gaspar. 

Hamilton passou a preparar-se psicologicamente para o evento. Dizia a si mesmo, todos os dias, que era capaz e que era exatamente isso que deveria fazer para resolver seus problemas. Às vezes lhe vinha um aperto no coração: será que não seria melhor desistir e ir levando sua “vidinha mais ou menos”, do jeito que ela estava, sem maiores desvios de conduta? Mas ao pensar em como estava só e infeliz, um novo ânimo o assolava, a favor de seu plano.

No escritório onde trabalhava, seus colegas começaram a achá-lo diferente. Ele, que era sempre atento ao trabalho e que procurava ouvir com atenção tudo o que lhe falavam, andava agora com o pensamento longe. Não raras vezes tinham que lhe repetir uma pergunta, porque não havia prestado atenção no que lhe falavam. Sua secretária observou que ele não andava mais tão triste como nos últimos meses – tinha agora uma espécie de brilho no olhar. Chegou a correr um boato de que estaria apaixonado.

Mas, à medida que chegava o momento do grande acontecimento, seu comportamento passou de desligado para nervoso. Estava agitado, levantava-se a todo momento de sua mesa para tomar café, água ou olhar pela janela. As horas não passavam. Os ponteiros arrastavam-se pelo mostrador do relógio como se estivessem acorrentados a uma bola de ferro.

Véspera da grande noite. Ele não conseguiu pregar os olhos. Seus pensamentos voltavam-se a todo momento para sua família e para a última conversa com sua esposa antes que ela fosse embora. Lembrava-se da mágoa que via em seus olhos, quando queixou-se da indiferença com que ele a tratava e de como sentia-se infeliz. Ela lhe dissera que estava indo embora porque não era mais amada. Hamilton ficara atônito: não conseguia entender o que ela estava falando. Afinal, não tinha uma casa bonita, boas roupas e um marido fiel? Porque isso, ela podia ter certeza: ele era fiel. Mas não bastava para ela. Só a compreendeu muito depois, durante as inúmeras conversas com os amigos. Só então entendeu. Não bastava amar – era preciso demonstrar este amor. Levou 42 anos para aprender isso...

Amanheceu um lindo sábado de primavera. Era o dia marcado. Ele levantou-se cedo, tomou uma xícara de café preto e saiu para caminhar. Precisava acalmar-se. E se tudo fosse em vão? E se não desse certo? Almoçou num bar, perto de sua casa, mas não conseguiu comer muito. Seu estômago parecia ter dado um nó. Tentou dormir um pouco, à tarde, mas, apesar de ter passado a noite anterior em claro, não conseguiu. 

Os horários já haviam sido checados. Haviam também verificado a quem pertenciam os quartos cujas janelas davam para a rua. A hora havia sido fixada, depois de uma breve discordância entre os membros: dez da noite, em ponto, horário em que toda a família já teria se recolhido. Encontrariam-se às nove e meia, a dois quarteirões de distância da casa. Chegariam num só veículo, para não chamarem a atenção dos vizinhos e dos próprios moradores da residência. O equipamento já estaria preparado, dentro do carro. Não havia porque temer. Haviam ensaiado tudo inúmeras vezes durante as duas últimas semanas – nada daria errado. Tinham até combinado um esquema de álibis e propina, caso a polícia fosse acionada. Mas tudo daria certo.

Às nove e meia, conforme combinado, encontraram-se os seis e embarcaram numa van, alugada para este fim. Estacionaram em frente ao sobrado da rua Duque de Caxias exatamente às 21:50h. Desceram do veículo e se posicionaram próximo ao portão, bem embaixo da segunda janela, o quarto de Eulália.

Pegaram seus instrumentos. Dodô e Gaspar com os violões, Magela no cavaquinho, Julio no saxofone e Índio no pandeiro. Pontualmente às dez começaram a serenata, com Hamilton no vocal, entoando as canções que mais marcaram seu relacionamento com a esposa. Logo à primeira música, a janela se abriu e uma mulher, encantada com o inusitado da atitude de seu marido, apareceu. Ele havia compreendido, pensava ela... Agora sim, podiam ser felizes. A seresta prolongou-se noite adentro e o sucesso foi tanto que a vizinhança aproximou-se aplaudindo. A certa altura, Hamilton passou o posto de vocalista para Índio e saiu “à francesa” com sua esposa, felizes como no dia de seu casamento.

Ele e Eulália tiveram, então, uma linda noite de amor, marcando o início de uma nova fase em sua vida conjugal.

A música? Continuou noite adentro. O pessoal foi chegando, trazendo cadeiras, bebidas e petiscos e a serenata foi a melhor coisa que aconteceu nos últimos tempos naquela pacata rua.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Sonho


Hoje sonhei que você
Veio ao meu encontro
Caminhando
sobre a areia aquecida
pelo sol de outono.
Pegou minha mão
e me levou pelo mundo,
por lugares que não conhecíamos.
Andamos por aí,
sem hora para chegar,
sem ter para quem voltar...
Vento no cabelo,
sorriso no rosto,
amor ...
O dia era nosso.
A noite era nossa.
A vida era nossa!
Acordar? Não preciso
Porque esse é daqueles sonhos

Que a gente não sonha dormindo...

Monstros

Enfentando-se dia a dia,
há na mente dois leões:
O primeiro é razão e lógica
o segundo, só emoções.
Enquanto um analisa,
o outro não quer nem saber
Este examina, avalia
Aquele briga e manda ver.
O coitado do individuo,
dono do ringue da luta
ora conversa, negocia,
ora chama pra disputa.
há quem grite e esperneie
há quem dê gelo e se cale.
E a consequência da escolha
Vem na certa, cedo ou tarde...
   

Desabafo de uma brasileira angustiada...

Aos que desejam me rotular:
Não sou coxinha nem mortadela. Aliás, tendo ao vegetarianismo. Não sou fanática. Não sou radical. Não fico em cima do muro. Procuro ser racional.
Passo meus dias tentando extrair verdades dos acontecimentos vistos e narrados, ao vivo e na mídia (oficial e paralela), procurando sacudir para fora o marketing de cada um para encontrar seu âmago desmascarado. Tarefa difícil, angustiante e, quase sempre, infrutífera.
O que vejo: militantes de esquerda e de direita usando meias-verdades e sofismas (quando não mentiras deslavadas) para catequizar os leigos desavisados. Estes, por sua vez, preferem permanecer na comodidade do desaviso e seguir cegamente o guru que mais atender as suas necessidades individuais do momento. Repetem seus conceitos, como papagaios, na tentativa de convencer seus adversários, passando-se por profundos conhecedores da espécie humana e do futuro (e passado) do país.
Toda instituição tem sua banda podre. Nossa política não foge à regra. Pelo contrário, extrapola qualquer porcentagem aceitável de podridão. Essa, se alimenta do nosso conhecido "jeitinho brasileiro". A lei da vantagem corrói qualquer tentativa de se construir uma vida saudável em sociedade. O "o meu primeiro, o resto se der tempo" impera desde sempre. E esse "meu" é um saco sem fundo.
A mudança tem que ser de dentro para fora, do individual para o coletivo. E tem que começar logo!