quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Novos Ciclos

Duas vidas se iniciaram nesta semana, começando seu ciclo justamente no primeiro dos doze meses que compõem o ciclo de um ano.
Inícios são sempre cheios de emoções: a esperança, a incerteza, a sensação do amor compartilhado...
A Paz não se inclui neste rol de sentimentos. Não ainda. "Para gerar a estrela é preciso ter sido antes, caos."diria Nietzsche.
A vida recem-nascida, recem gerada, saída da fábrica sem manual de instruções, está se descobrindo, se instalando a cada minuto, se percebendo e sendo percebida. Criando elos, ligando vidas.
A vida recem-formada, reinventada, recomeçada, torna incerto o que parecia mais que certo, descortina o mundo novo, quase desconhecido, da vida profissional. Amplia a rede, estabelece novos vínculos.
Sejam as duas muito bem vindas, mulheres guerreiras, prontas para a batalha, nascidas para vencer.
E que a paz venha depressa, tornando a vida ainda mais feliz!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Rei do Carnaval



No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo,
o teu cabelo não nega, mulata.
Linda morena, morena que me faz penar.
Eu sonhei que tu estavas tão linda,
numa festa de raro esplendor,
na Serra da Boa Esperança, esperança que encerra:
matrimônio, matrimônio,
isto é lá com Santo Antônio.
E as cantoras do rádio levavam a vida a cantar.
Mas,
seja em Paris ou nos Brasis,
mesmo distantes somos constantes.
Tudo nos une, que coisa rara,
no amor nada nos separa.

Há 110 anos, na Tijuca, Rio de Janeiro, nascia Lamartine Babo, o Lalá, torcedor fanático do America/RJ e Rei do Carnaval. Dono de um humor refinado e irreverente, repleto de trocadilhos inteligentes, compôs hinos alternativos para os principais times do Rio e inumeras marchinhas cantadas até hoje nos bailes de carnaval.

Músicas citadas: Rancho Fundo, O teu cabelo não nega, Linda Morena, Eu sonhei que tu estavas tão linda, Serra da Boa Esperança, Isso é lá com Santo Antônio, Cantoras do Rádio e Joujox e Balagandãs 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Haicais



Lentamente cai
Uma gota de orvalho
Evapora ao sol.

Lua cheia é dia
Na estrada escura
sob a noite fria.

Amar é sentir
palpitar o coração
e suar a mão.


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Ainda são nossas crianças...

Você abre o armário de sua residência universitária e encontra cinco pacotes de milho para pipoca, chocolates e sucrilhos...
Na estante de livros, a coleção de Harry Potter ocupa lugar de destaque...
Ficam ofendidos se você sugere transformar seus antigos quartos em escritório, mesmo que já tenham sua residência definitiva em outro lugar...
Saem com você e querem tomar milkshake ...
Têm ciúmes daquele jogo de tabuleiro que há muitos anos não jogam mais...
Aquele bichinho de pelúcia que ganharam no aniversário de cinco anos ainda está sobre suas camas...
Ainda pedem seu colo quando têm problemas...
Compartilham com você suas pequenas vitórias...

E ainda riem, às gargalhada, com as velhas brincadeiras de família que ensinarão para seus filhos um dia...

sábado, 4 de janeiro de 2014

Os filhos crescem!

Quando você percebe que seus filhos cresceram?

- Quando começam a lhe dar presentes no Natal;
- Quando lavam a louça do almoço sem que você peça;
- Quando passam a lhe explicar os acontecimentos da atualidade e você percebe que eles agora sabem mais que você.
- Quando o quarto fica arrumado por muito tempo, já que eles não param mais em casa;
- Quando você oferece pipoca e eles preferem picanha mal passada;
- Quando você faz batata frita para o jantar e eles transformam em tira-gosto para a cerveja;
- Quando são eles que escolhem e planejam os roteiros das viagens;
- Quando eles vêm para casa nas férias da faculdade e quando vão embora, você encontra as camas arrumadas;
- Quando o diálogo fica de igual para igual;
- Quando são eles que perguntam a você como foi seu dia;
- Quando a mesa de jantar já não acomoda todos os novos membros da família;


- Quando, enfim, você começa a ver os frutos de todo o amor que plantou...

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Hot hot hot


Pi, pi, pi, pi....
Lentamente...
Minha mente vai saindo
do torpor que antecede o abrir de olhos matinal
A percepção da luz que rasteja no chão sob a cortina
anunciando mais um dia de calor intenso,
desmilingue meu corpo sobre o lençol.
E o esforço para botar-me em movimento
torna-se gigantesco.
Entre sonho e despertar,
lembro-me dos portugueses desbravadores do Brasil a relatar, em cartas,
a indolência dos nativos, supostamente provocada pelo clima.
Ratzel tinha razão - o determinismo geografico é uma realidade
O meio influencia a fisiologia humana.
E minha fisiologia só quer deitar-se na rede, à beira da piscina.
Afinal, quem consegue trabalhar com esse calor?

O despertador toca novamente.
Cai a ficha!
Um banho frio e a lista mental dos afazeres do dia
derrubam o filosofar e devolvem Ratzel para os livros de geografia.

Vamos à luta!

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Recomeço







A internet está cheia de boas intenções para 2014. Pessoas desejando um ano melhor, uma vida melhor. E está cheia também de críticas a essas boas intenções. Na média, esses que se dizem realistas chamam aos outros de hipócritas. A base do problema está no fato em que, comprovadamente, mudanças definitivas devem acontecer de dentro pra fora. Ou seja: de nada adianta a mudança no calendário se não se mudar o que se faz no dia a dia. 
  1. "Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes." (Einstein)
  1. E aí está o grande erro, a hipocrisia não intencional. Enquanto não cair a ficha de que é preciso mudar de atitude para se conseguir as melhorias desejadas, vamos continuar repetindo, a cada ano, a mesma lista de intenções.
  2. Quero, porém, fazer um parênteses nesse assunto tão racional: 
  3. O ser humano é impressionável. A cabeça humana não é uma equação de resultados exatos, previsíveis. E, embora tenhamos o conhecimento de que a simples mudança no calendário não faz milagres, enchemos nosso coraçãozinho de esperança e aceitamos ajuda da numerologia, das simpatias, do clima festivo do Natal, da euforia dos espumantes e das cervejas para acreditar que "daqui pra frente, tudo vai ser diferente..." Estamos driblando o desânimo da luta diária, que parece infrutífera. Estamos dando uma trégua à desesperança, ao pessimismo. Vamos tentar um recomeço. E, ainda que por algum tempo, criar novo fôlego para a batalha. Um texto que anda por aí sem autor definido diz algo interessante sobre essa noção tão emocional que fazemos do tempo:
  4. “Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
    Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão."
Outro aspecto dessa emocionalidade é a tendência que temos de nos eximir de responsabilidades. Nossos problemas são causados por outros, assim como nossa felicidade também não está em nossas mãos. É mais cômodo "entregar o abacaxi". 

Mas assim não mudamos o mundo!

O grande filósofo e psicólogo William James já afirmava no século XIX que “a maior revolução dos nossos tempos é a descoberta de que ao mudar as atitudes internas de suas mentes, os seres humanos podem mudar os aspectos externos de suas vidas”.

O que estão esperando?  #boramudardeatitude

Feliz mudanças para todos nós!