Hoje fui doar sangue. Cheguei ao posto de saúde e perguntei na recepção onde eu deveria ir, pois tinha uma doação a fazer às 11 horas, agendada por telefone. Nunca tinha entrado naquele posto e não conhecia os caminhos. A atendente, interrompendo sua conversa com a colega, me disse que era ali mesmo, que sentasse e esperasse que a enfermeira responsável já viria me chamar. Enquanto isso eu ouvia senhas sendo chamadas a todo momento. Imaginei que fossem pessoas a serem atendidas por médicos. Aguardei até 11:20. Fui novamente à recepção perguntar se havia atraso. Ela repetiu a informação: que eu aguardasse que a enfermeira já chamava. Mais 20 minutos e uma enfermeira veio chamar mais senhas. Eu perguntei a ela sobre a doação e só então ela me disse que eu precisava ter pego uma senha com a outra enfermeira, que não estava por ali.
Estou resolvida a doar e vou marcar de novo semana que vem. Talvez outra pessoa se aborrecesse e não voltasse mais.
Esse fato me fez pensar nas pessoas que se empenham na campanha de doação de sangue e que têm seu trabalho perdido ou, pelo menos, prejudicado, pelos intermediários do processo.E em quantas vezes somos nós os intermediários do processo e , por falta de atenção, negligência, preguiça, pomos a perder o trabalho dos que estão tentando transformar o país num lugar melhor de se viver. Quantas vezes, com um simples ato egoísta, mesmo sem perceber, fazemos com que o trabalho humanitário seja um enxugar gelo sem fim.
Acredito que precisemos ter mais atenção aos nossos atos cotidianos. Fazer a nossa parte, que, na maioria das vezes depende só de boa vontade. Ao invés de reclamar tanto.